Uma experiência com o uso de mapas em uma escola prisional

09/05/2017

Sou professor de Geografia na Escola Estadual Mário Quintana no município de Uberlândia, Minas Gerais, que trabalha na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A escola apresenta como particularidade o fato de ser inserida dentro da realidade carcerária brasileira, pois funciona dentro da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga.

Como a penitenciária é um ambiente “impar” para a realização das práticas escolares, uma vez que possui suas limitações quanto a entrada de materiais em sala, fica necessário o empenho dos professores em desenvolverem atividades diferenciadas. Uma vez que na falta de um espaço adequado, a sala de aula funciona em ambiente improvisado dentro dos blocos da penitenciária

Dessa forma, utilizo da impressora colorida que tenho em casa para levar aos alunos os mapas do banco de dados do IBGE, pois facilitam a compreensão dos aspectos geográficos brasileiros e os alunos não podem ficar com livros didáticos em suas celas. Estes quando levados, devem retornar quando acabam a aula.

Além desse uso, recentemente desenvolvi atividade com os alunos do 6º do EJA intitulado “Meu lugar no mundo”. Como muitos deles não são da cidade de Uberlândia, questionei a eles suas cidades de origem. Com essa informação, acessei o banco de dados do IBGE e colhi informações e mapas dessas cidades, levando aos alunos o conhecimento mais detalhado de seus municípios de origem.

Desenvolvi a aula em cima desses dados e como resultado elaboramos cartilhas onde trabalhávamos além dos aspectos de caracterização física e socioeconômica dos municípios, mas também com o lado artístico. Uma vez que muitos dos alunos privados de liberdade sentem saudade de “sua terra”, desenvolvendo desenhos, textos e poemas sobre esse sentimento de saudade.