Uma experiência com cartografia tátil

09/05/2017

Os atores envolvidos no âmbito educacional enfrentam diversas problemáticas no ambiente escolar que vão desde a falta de estrutura necessária para ensino, até a carência de materiais didáticos para a exploração adequada de sua disciplina.

No ano de 2014, em meu primeiro ano como professor na Educação Básica, já lotado na escola em que trabalho, recebi uma demanda a qual jamais pensei que fosse conseguir obter êxito sobre ela. No atendimento educacional especializado, foi entregue aos meus cuidados um aluno de 14 anos com deficiência visual no grau máximo, com transtorno de aprendizagem, e histórico de retenção na mesma série por alguns anos.

O objetivo era que eu o auxiliasse a estudar e reforçar conteúdos sobre Geografia do Amapá. Percebi que isso seria bastante produtivo com a utilização de mapas e figuras, mas diante das necessidades especiais do aluno isso se demonstrou inviável. Em um primeiro momento fui buscar auxílio nos domínios da Internet, porém lembrei de um conteúdo explorado por um professor na universidade que tratava sobre o ensino de Cartografia com a utilização de mapas táteis para alunos com diferentes graus de deficiência visual. Foi a peça chave para a resolução de minha problemática e limitação.

Me dirigi na mesma semana para a sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na minha cidade em busca de mapas do meu Estado (Amapá) disponibilizados de forma gratuita pela instituição. O resultado de tudo isso é que fui muito bem recebido, consegui alguns materiais e confeccionei com eles mapas táteis para ensinar Geografia para meu aluno cego. O resultado foi surpreendente. Utilizando a base de dados do próprio IBGE consegui produzir com diferentes texturas mapas com diversas temáticas e o meu aluno, além de muito satisfeito com a nova metodologia, obteve bons resultados no ano letivo na disciplina de Geografia em que tanto tinha dificuldades.

Inovar é essencial. Agradeço por este instituto ter feito parte desta inovação.