Professor a Terra é Plana? – Oficina de construção do Globo Terrestre Poliedro como Ferramenta Metodológica na Compreensão das Projeções Cartográficas

21/12/2022

Professor a Terra é Plana? – Oficina de construção do Globo Terrestre Poliedro como Ferramenta Metodológica na Compreensão das Projeções Cartográficas

Gabriel de Miranda Soares Silva - Professor de Geografia da Rede estadual de ensino de Mato Grosso

Após um longo período de aulas remotas (não presenciais) necessárias por conta da pandemia de coronavírus (Covid-19), os estudantes retornam as aulas presenciais com muitas dificuldades no processo de ensino aprendizagem.

No mundo contemporâneo estamos vivendo em um era das informações, porém nem todas as informações que são veiculadas na mídia e redes sociais são verdadeiras, e nem possuem embasamento cientifico, uma das questões que os professores de Geografia sempre estão respondendo: a Terra é Plana?

A resposta para esta questão foi revelada pelos filósofos na Grécia antiga, que através de experimentações empíricas já notavam que a Terra era esférica. O filosofo Erastóstenes (276 a. C. – 194 a. C.), foi um dos pioneiros nestes estudos quando desenvolveu um método para medir o raio e a circunferência da Terra, chegando em um valor muito próximo do exato, isso no século III a.c. (UNICAMP, 2022).

No mundo contemporâneo existem diferentes ferramentas tecnológicas que nos auxiliam a provar esta teoria, o surgimento do Global Positioning System – GPS, os satélites e as missões espaciais, já nos provaram que a Terra é esfera.

Outra dificuldade encontrada em sala de aula é a compreensão dos estudantes na transposição de um elemento esférico (o nosso planeta), em um elemento plano (Mapa), para os estudantes do Ensino Fundamental é uma assimilação que necessita de uma sensível postura pedagógica do professor.

Os cartógrafos ao construir os mapas notaram que ao transpor um espaço esférico em um modelo plano acabavam por destorcer algumas destas áreas representadas no mapa, por isso as projeções cartográficas possuem a função de apresentar “[...] uma solução a esse problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre vai acarretar deformações [...] (CARVALHO; ARAÚJO, p. 1, 2008).

Durante as aulas de Geografia os estudantes são inseridos no universo dos mapas e iniciam a pensar estes conceitos, e para que possam visualizar na pratica foi proposto uma atividade de construção do globo terrestre no formato poliedro, com auxílio dos materiais do IBGE educa, disponibilizados pela equipe de disseminação de conhecimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Unidade Estadual de Mato Grosso.

A oficina foi realizada com estudantes do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Miguel Baracat, que se localiza no bairro Pirinéu no município de Várzea Grande – Mato Grosso.

 Durante a aplicação da oficina foi possível observar como as projeções cartográficas auxiliam a representar os espaços do globo com menor deformação, no caso no globo terrestre no formato poliedro, ele é representado através da projeção cartográfica de Fuller, que projeta o mapa através de uma superfície de um icosaedro é um poliedro formado por 30 arestas, 12 vértices e 20 faces.

Assim os estudantes tiveram a oportunidade de visualizar um mapa em sua forma planificada, e após montar o poliedro, acompanharam a transformação deste mapa (plano) em um formato poliedro.

Referencias

CARVALHO, Edilson Alves de; Araújo Paulo César de. Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I: Geografia. Natal, RN:EDUFRN, 2008.

Derivando Matemática: A primeira medição do raio da Terra. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica, Universidade Estadual de Campinas. Disponível em < http://www.ime.unicamp.br/~apmat/a-primeira-medicao-do-raio-da-terra/#:~:text=Atualmente%2C%20sabe%2Dse%20que%20a,um%20valor%20de%2039.250%20km. >. Acesso em: 13 de mai. 2022.