A primavera já começou no hemisfério sul e, todo ano, é celebrado seu início no Dia da Árvore - 21 de setembro – criado também para conscientizar as pessoas sobre a importância de se preservar esse importante recurso natural.
Vegetação natural
As árvores estão presentes na vegetação natural, predominando nas florestas ou associadas às áreas arbustivas e campestres.
No Brasil, a vegetação natural é classificada em diferentes tipos: Florestas, Campinaranas, Savanas, Savanas-Estépicas e Estepes. Além desses tipos, a vegetação natural também pode ocorrer como Formações Pioneiras (áreas sob influência fluvial/marinha) e Sistemas de transição (encrave* ou ecótono*).
*Encrave: áreas separadas que se contactam.
*Ecótono: mistura florística entre tipos de vegetação.
Vamos conhecer cada uma delas?
Florestas – As florestas caracterizam-se pela concentração de árvores altas, com redução da quantidade de luz que chega ao solo, o que limita o desenvolvimento das sinúsias* herbácea e arbustiva.
Campinaranas – As campinaranas ocorrem em áreas planas e alagadas, e apresentam fisionomia bastante variada, desde formações campestres até florestais, com árvores finas.
Savanas – As savanas caracterizam-se pela dominância compartilhada das sinúsias arbórea e herbácea. A sinúsia arbórea apresenta árvores de porte médio ou baixo (de 3 a 10 m), em geral espaçadas e com copas amplas, de esgalhamento baixo. A sinúsia herbácea é praticamente contínua, formando um tapete entre as árvores e arbustos.
Savanas-Estépicas – Caracterizam os tipos de vegetação das áreas áridas nordestinas (Sertão), além da região do Alto Surumu, em Roraima, as áreas de depressão Mato Grosso do Sul (entre a Serra da Bodoquena e o Rio Paraguai) e a área da Barra do Rio Quaraí com o Rio Uruguai, no Estado do Rio Grande do Sul.
Estepes – São áreas de relevo plano ou suave ondulado, recobertas por vegetação herbácea contínua.
*Sinúsia: conjunto de plantas de estrutura semelhante, integrado por espécies com uma mesma forma de vida, e necessidades ecológicas similares.
Você sabia que o IBGE possui um banco de dados com informações ambientais que pode ser acessado de forma online? Lá no BDiA, é possível consultar os tipos de vegetação citados acima e sua cobertura no Brasil.
Vamos ver em que lugar do Brasil eles são predominantes?
Extração vegetal e silvicultura
Você sabia que o IBGE pesquisa todo ano os recursos vegetais nativos e os maciços florestais plantados no Brasil na Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura?
É investigada toda formação florestal existente no município que tenha sido plantada e conduzida até a colheita pela ação do homem, além de produtos da silvicultura como resinas, folhas de eucalipto e madeira em tora.
Então, já que estamos na semana do Dia da Árvore, vamos ver alguns dos resultados dessa pesquisa para 2022 (em setembro serão divulgados os dados de 2023).
Florestas plantadas
O número de área de florestas plantadas cresceu 0,1%, ou mais 8,1 mil hectares, somando 9,5 milhões de hectares, dos quais 77,3% são de eucalipto.
Na região Sudeste o destaque é a plantação de eucalipto. Já no Sul predomina o pinus. O extrativismo madeireiro se sobressai nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
Minas Gerais tem a maior área coberta com espécies florestais plantadas do país: 2,1 milhões de hectares, o que representou um crescimento de 0,3% em relação ao ano anterior, sendo sua quase totalidade ocupada por eucalipto.
A segunda maior área de florestas plantadas está em São Paulo, com 1,2 milhão de hectares, dos quais 80,8% são plantios também de eucalipto.
Dos 5.570 municípios, 3.539 registraram área florestal plantada.
Entre os 10 municípios com as maiores áreas de florestas plantadas do Brasil, cinco estão em Mato Grosso do Sul; três, em Minas Gerais; um, no Rio Grande do Sul; e um, na Bahia.
Silvicultura
O Brasil é maior exportador mundial de celulose que retira sua matéria-prima do eucalipto. Foram 19,8 milhões de toneladas em 2022, um crescimento de 24,6%, em relação à 2021.
Com uma quantidade estimada de 13,9 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 26,3% do total nacional, o Paraná é o estado líder na produção de lenha com origem em florestas plantadas. O Rio Grande do Sul era o segundo maior produtor de lenha, alcançando 11,5 milhões de metros cúbicos, 21,8% do total nacional.
Em 2022, São Paulo passou a ser o maior produtor de madeira em tora para papel e celulose, com 25,4 milhões de m³, um aumento de 72,9%.
A pesquisa também traz informações sobre os produtos coletados das florestas naturais pelas comunidades extrativistas, como o açaí, o pequi, o umbu, o pinhão a castanha do pará, a carnaúba etc.
Em termos de valor da produção temos o açaí que é coletado de uma palmeira nativa da região amazônica, tendo 92,4% de sua extração concentrada nos estados da região Norte. Em 2022, essa produção foi de 247,0 mil toneladas, 8,8% acima da obtida no ano anterior. Em termos de valor, apresentou aumento de 7,7%, totalizando R$ 830,1 milhões. O Pará registrou a maior produção de açaí, com 164,9 mil toneladas, o que representa 66,8% do total nacional.
A extração de erva-mate, que se concentra na região Sul, gerou o segundo maior valor da produção entre os produtos não madeireiros, com R$ 648,5 milhões.
A safra da castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil, apontou variação positiva de 17,3% na quantidade produzida, alcançando 38,2 mil toneladas. O valor da produção subiu 23,7%, totalizando R$ 170,0 milhões. O Estado do Amazonas segue na liderança nacional, com 14,3 mil toneladas do produto.
O pinhão também se destacou entre os produtos não madeireiros, tanto em volume, com aumento de 7,1%, quanto em valor, com 16,6% de acréscimo. O estado de Santa Catarina foi o principal produtor, respondendo por 34,9% do volume nacional, acompanhado do Paraná, com 30,6%.
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