Ele pode ser pequeno ou grande. Preto e branco ou colorido. Com mais linhas tortas do que retas, indicando o contorno de um país, por exemplo. Pode ter pontos que mostram quais são as suas cidades ou cores que significam várias coisas como clima e vegetação, por exemplo. Já sabe de quem estamos falando? Do mapa! Um desenho que pode representar um bairro, uma cidade, um estado, um país ou até o mundo inteiro!
Mas o que o IBGE tem a ver com isso? O instituto é o produtor oficial de mapas do nosso país. Está na sua missão: “retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade”. E uma das maneiras de retratar é através de mapas. Sua responsabilidade, dentre tantas, é medir o território e representá-lo graficamente em mapas.
A Terra é quase redonda...
A forma da Terra não é redonda. O correto é chamá-la de “geoide”, que não é esférico nem plano. Sua superfície é irregular e acompanha as variações gravitacionais que nela ocorrem. Agora que você leu sobre o formato “diferente” da Terra, pode imaginar como é desafiador transpor para um pedaço de papel. Imagine mais ainda como os primeiros desenhistas de mapas faziam para representar o nosso planeta há muitos séculos!
Vamos falar sobre os primeiros mapas do mundo?
https://atlasescolar.ibge.gov.br/cartografia/21729-formas-da-terra.html
Mapas antigos
Muito antes do IBGE produzir mapas, aliás, antes do próprio instituto ser criado, eles já existiam.
O cartógrafo e matemático holandês Gerardus Mercator, considerado o pai da cartografia, ganhou notoriedade pelos seus mapas. Sua famosa projeção cartográfica – modelo para muitos mapa-múndi – data de 1569!
Dizem que o primeiro mapa a retratar o planeta como conhecemos foi criado 62 anos antes, em 1507. O autor foi o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller cujo mapa dividia a Terra entre Ocidente e Oriente.
Antes desses dois, existiu um astrônomo grego, Claudio Ptolomeu (c. 100-170 d.C., Alexandria, Egito), que estabeleceu que o Norte ficava na “parte de cima” do mapa, e o Leste fica “à direita”. Ele elaborou, usando os conceitos de latitude e longitude, a primeira projeção cartográfica conhecida como Projeção Cônica de Ptolomeu, onde a superfície da Terra era representada sobre um cone imaginário.
Ao longo dos séculos, diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas para permitir a representação da superfície esférica numa superfície plana mesmo não estando livre de deformações.
Projeção de Mercator
Crédito: wikimedia
Mapa de Martin Waldseemüller
Crédito: wikimedia
Projeção Cônica de Ptolomeu
Crédito: Biblioteca Nacional
Quer saber mais? Veja em:
https://atlasescolar.ibge.gov.br/cartografia/21733-as-projecoes-cartograficas.html
Mapas de ponta a cabeça
Já pensou em ver o Brasil de “cabeça para baixo” num mapa-múndi? E, além disso, representado na “parte de cima” de um mapa? Isso é possível tanto quanto colocar o nosso país no centro de um mapa. Os pontos cardeais não enlouqueceram! Fique tranquilo. Aliás, sem eles, estaríamos totalmente perdidos!
Por mais que você ache estranho, esses “mapas invertidos”, como são chamados, existem, e os pontos cardeais não precisam estar nas direções convencionais. Então, a representação invertida é válida tanto quanto a tradicional.
O artista uruguaio Joaquín Torres-García desenhou, à mão, um mapa invertendo a América do Sul em 1943.
Desenho de Joaquín Torres-García
Crédito: Wikimedia
O IBGE lançou dois mapas-múndi temáticos, bem diferentes dos tradicionais. O primeiro posicionava o Brasil no centro, lugar cativo da Europa e África nos modelos mais tradicionais.
E o segundo mapa, lançado em maio de 2025, representa o planeta de forma invertida ao formato tradicional. O “Mapa-múndi – O Brasil no Mundo – Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global” é temático e mostra os países membros dos BRICS, Mercosul, CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). Nesta versão, o hemisfério Sul está no topo, com o Brasil “acima” dos Estados Unidos e Europa.
Gostou do conteúdo?
Saiba mais sobre os mapas invertidos aqui: