O Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE, revelou algumas mudanças nos tipos de famílias existentes, mostrando diferentes composições. Olhando o gráfico abaixo, podemos perceber essas transformações das últimas décadas.
A maior novidade é que, pela primeira vez, famílias formadas por casais com filhos deixaram de ser a maioria no Brasil. Essa mudança é refletida na queda percentual desse tipo de família (que também inclui casais com filhos e parentes), que foi de 55,8% em 2000 para 45,2% em 2022. Em contrapartida, a composição familiar que mais cresceu foi a de casais sem filhos (que também inclui casais sem filhos e parentes), passando de 13,8% em 2000 para 26,9% em 2022.
Com a diminuição desse modelo formado por casal com filhos, outras composições familiares ganharam espaço. O tipo que mais cresceu foi o de casais sem filhos, que quase dobrou de participação no total de famílias, saltando de 12,0% em 2000 para 24,0% em 2022. Além disso, houve um aumento nas famílias monoparentais, que são aquelas formadas por apenas um responsável e seu (s) filho (s). A proporção de mulheres sem cônjuge e com filhos subiu para 13,4% do total de famílias em 2022 (cerca de 7,8 milhões de mulheres), enquanto a de homens nessa mesma situação aumentou de 1,6% para 2,0%.
Outra mudança marcante notada pelo Censo 2022 foi o grande aumento de pessoas que vivem sozinhas, em unidades domésticas chamadas de “unipessoais”. De 2000 para 2022, o número de moradores sozinhos triplicou, chegando a 13,7 milhões, o que significa que quase uma em cada cinco unidades domésticas do país é habitada por uma única pessoa.
Paralelamente, houve uma grande mudança na liderança familiar: o percentual de famílias chefiadas por mulheres quase dobrou, passando de 24,9% em 2000 para 49,1% em 2022.
O Censo também indicou uma melhora clara no nível de educação dos responsáveis pelas famílias ao longo das décadas: a porcentagem de líderes de família com ensino superior completo aumentou de 6,2% para 17,4% entre 2000 e 2022.

Nupcialidade
Essa publicação do IBGE também apresenta resultados sobre nupcialidade. Vamos conhecer algumas dessas informações abaixo:
- Pela primeira vez, as uniões consensuais (38,9%) superaram os casamentos civis e religiosos (37,9%) como a forma mais comum de união conjugal no país, refletindo mudanças significativas desde 2000.
- O estudo detalhou também a natureza da união de acordo com fatores como cor ou raça, religião e renda
- Houve um aumento nas uniões entre pessoas do mesmo sexo, que passaram de 67 mil em 2010 para 393 mil em 2022.
- Havia mais de 34 mil pessoas entre 10 e 14 anos vivendo em união conjugal. Dessas pessoas, 7% eram casadas no civil e no religioso; 4,9% só no civil e 1,5% só no religioso. O restante da amostra, 86,6%, tinham algum outro tipo de união consensual. Destacamos, porém, que a legislação brasileira só permite casamento civil de pessoas a partir de 18 anos (com 16 anos é preciso autorização dos pais ou representantes legais).
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Censo 2022: pela primeira vez, menos da metade das famílias do país são formadas por casais com filhos
Censo 2022: uniões consensuais ultrapassam casamentos no civil e religioso