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Características dos domicílios - Censo 2022
De acordo com os resultados do Censo 2022 sobre as características gerais dos domicílios e moradores de 2022, 84,8% da população brasileira, cerca de 171,3 milhões de pessoas, moravam em casas, e 12,5%, em apartamentos. Os domicílios designados como "Casa de vila ou em condomínio" abrigavam 2,4% da população. Coletivamente, as categorias "Casa" e "Casa de vila ou em condomínio" somavam 87,2% da população. Ainda que o número de residentes em casas seja predominante, o quantitativo de moradores em apartamentos teve uma crescente, aumentando de 8,5% em 2010 para 12,5% em 2022.
As demais categorias residenciais são minoritárias. Um grupo de 494 mil pessoas (equivalente a 0,2% da população) residia em domicílios classificados como "habitação em casa de cômodos ou cortiço". As outras duas categorias abrigavam menos de 0,1% da população: "habitação indígena sem paredes ou maloca", com 52 mil pessoas, e "estrutura residencial permanente degradada ou inacabada", com 81 mil pessoas.
Saneamento básico
Além do número e das características dos moradores e domicílios, o Censo 2022 também levantou informações sobre os serviços de saneamento básico, como o abastecimento de água, presença de banheiro e esgotamento sanitário e destino do lixo. O acompanhamento da realização desses serviços é extremamente importante. Pois eles garantem melhores condições de vida e cuidados à saúde da população.
Abastecimento de água
A pesquisa revelou que 60,8 milhões de domicílios, onde residem 82,9% da população brasileira (167,5 milhões de pessoas), contavam com a rede geral de distribuição de água como a principal fonte de abastecimento de água. Além dessa fonte, 9,0% da população contava com o abastecimento de água pelo uso de poço profundo ou artesiano; 3,2%, pelo uso de poço raso, freático ou cacimba; 1,9%, pelo uso de fonte, nascente ou mina. Juntas, essas quatro formas de abastecimento, consideradas adequadas para o monitoramento do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), atendiam 96,9% da população em 2022. Em menor escala, encontram-se o abastecimento por "carro-pipa", atendendo 1,0% da população; por rios, açudes, córregos, lagos e igarapés, utilizados por 0,9% da população; e por água da chuva armazenada, atendendo 0,5%. Um grupo de 0,6% da população utilizava formas de abastecimento que não se enquadravam nas opções do questionário da pesquisa.
O Censo 2022 também revela que em 69,3 milhões de domicílios, onde residiam 192,3 milhões de pessoas (95,1% da população), a água chegava encanada até dentro da residência. Para 2,5% da população, a água era encanada, mas chegava apenas até o limite do terreno. Outros 2,4% não tinham acesso à água encanada.
Ao comparar as regiões, o Sul se destacava pelos mais altos índices de moradores com água encanada (99,4% até a residência e 0,3% até o terreno), enquanto o Norte apresentava os menores índices (87,1% e 6,4%, respectivamente), além de registrar o maior percentual de pessoas residentes de domicílios sem acesso à água encanada (6,5%).
Presença de banheiro e esgotamento sanitário
Em 2022, 71,1 milhões dos domicílios do país, onde residiam 97,8% da população brasileira (cerca de 197,5 milhões de pessoas), contavam com ao menos um banheiro de uso exclusivo; e 62,5% da população contava com o atendimento por coleta de esgoto. O quantitativo da população residente de domicílios que possuíam banheiro de uso exclusivo variou de acordo com a região do país. Na Região Norte, por exemplo, esse percentual era de 90,5%; na Região Nordeste, 95,3%; e nas demais regiões atingiu a quase totalidade. Quando a comparação se refere ao acesso à rede coletora de esgoto, essas diferenças são ainda maiores. A Regiões Norte foi a que apresentou o menor número de pessoas residindo em domicílios com coleta de esgoto (22,8%) e o Sudeste, o maior (86,1%). Cerca de 0,6% da população residia em domicílios sem banheiro ou sanitário e, por isso, não possuía nenhum tipo de esgotamento.
Outro contingente, de 13,2%, residia, em 2022, em domicílios onde o esgotamento sanitário era por "Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede" - solução individual de saneamento que é considerada adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). O conjunto da população atendida por esgotamento por rede ou por fossa séptica atingiu 75,7% em 2022.
Destino do lixo
Em 2022, 90,9% da população brasileira teve acesso à coleta direta ou indireta de lixo. O principal tipo de descarte do lixo dos domicílios brasileiros, utilizado por 82,5% da população residente, foi “Coletado no domicílio por serviço de limpeza”. Em seguida vem o “Depositado em caçamba de serviço de limpeza”, feito por 8,4% da população. O Censo 2022 mostra que, além de ser a principal modalidade, o número de pessoas atendidas pelo serviço de coleta direta ou indireta de lixo vem aumentando gradativamente: de 76,4% em 2000, para 85,8%, em 2010, chegando a 90,9% em 2022.
Outras modalidades utilizadas pela população incluem: a queima de lixo na propriedade (7,9%); “enterrado na propriedade” (0,3%); “jogado em terreno baldio, encosta ou área pública” (0,6%); e outro destino (0,3%).
Apesar do aumento na cobertura da coleta de lixo, persistem disparidades regionais significativas. Na Região Norte, 78,5% da população tinha acesso à coleta de lixo domiciliar em 2022, enquanto na Região Sudeste esse número alcançava 96,9%. As Regiões Nordeste (82,4%), Centro-Oeste (93,1%) e Sul (95,3%) apresentavam percentuais intermediários.
Ao analisar as Unidades da Federação, São Paulo registrava a maior proporção de coleta direta ou indireta de lixo, com 99,0%, enquanto o Maranhão apresentava o menor índice, com 69,8%. Essas posições refletem o panorama observado em 2010, quando a discrepância entre essas duas unidades era ainda maior: 98,2% para São Paulo e 53,5% para o Maranhão.
Falta de acesso ao saneamento básico era mais recorrente entre jovens, pretos, pardos e indígenas
Em 2022, constatou-se que as faixas etárias mais jovens apresentavam uma incidência maior de falta de acesso ao saneamento básico. Na população entre 0 e 4 anos, 3,4% residiam em domicílios sem água encanada, enquanto no grupo com 60 anos ou mais, essa proporção foi de 1,9%. Quanto à ausência de banheiro, sanitário ou buraco para dejeções nos domicílios, os índices foram de 0,9% no grupo entre 0 e 4 anos e 0,4% no grupo com 60 anos ou mais.
A cobertura dos serviços públicos de saneamento, como abastecimento por rede de água, coleta de esgoto e coleta de lixo, também se mostrou correlacionada com a faixa etária, com índices mais baixos para os grupos mais jovens. A proporção da população residindo em domicílios com abastecimento de água, especialmente pela rede geral, foi de 80,9% no grupo entre 0 e 4 anos e de 83,5% no grupo com 60 anos ou mais.
Em relação à coleta direta ou indireta de lixo, embora a diferença tenha sido menor, novamente houve uma vantagem para a faixa etária mais avançada: 89,5% no grupo entre 0 e 4 anos e 90,8% no grupo com 60 anos ou mais. A disparidade mais acentuada foi observada na proporção da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fluvial (incluindo fossa séptica conectada à rede): 57,3% no grupo entre 0 e 4 anos e 66,3% no grupo com 60 anos ou mais.
Além disso, o Censo 2022 revelou que as pessoas de cor ou raça amarela, seguidas das de cor ou raça branca, apresentaram as maiores proporções de conexão às redes de serviços de saneamento básico e maior presença de instalações sanitárias nos domicílios. As pessoas de cor ou raça preta, parda e indígena obtiveram proporções menores.
Analisando, por exemplo, a proporção da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora, pluvial ou fossa séptica, a proporão encontrada foi de 91,8% entre as pessoas de cor ou raça amarela, 83,5% para as pessoas de cor ou raça branca, 75,0% para as pessoas de cor ou raça preta, 68,9% para as pessoas de cor ou raça parda e 29,9% para as pessoas indígenas.
Mais sobre a pesquisa
A publicação Censo Demográfico 2022: Características dos domicílios - Resultados do universo traz informações referentes à forma de abastecimento de água, destino do lixo, tipo de esgotamento sanitário, existência de banheiro ou sanitário e existência de canalização de água, permitindo uma caracterização de elementos importantes dos domicílios e das condições de vida da população. Os dados estão disponíveis para Brasil, grandes regiões, estados e municípios. Os dados podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no Panorama do Censo 2022.