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Matérias especiais

Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil

Falar sobre desigualdade social no Brasil é, também, falar sobre desigualdade racial¹. Esta afirmação é fruto das pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, que apontam que as pessoas pretas ou pardas são as que mais sofrem no país com a falta de oportunidades e a má distribuição de renda. Embora representem a maior parte da população (55,8%) e da força de trabalho brasileira (54,9%), apenas 29,9% destas pessoas ocupavam os cargos de gerência, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018. A relativa desvantagem também se aplica ao ganho mensal de cada raça ou cor. Os números apontam que o rendimento médio mensal da pessoa ocupada² preta ou parda gira em torno dos R$1.608 contra os R$2.796 das pessoas brancas. E esta desigualdade é mantida, ainda que se leve em consideração o nível de escolaridade; pois a maior parcela das ocupações informais e da desocupação³ é composta pela população preta ou parda, independentemente do nível de instrução que ela possua. Entre aqueles que concluíram o ensino superior, essa diferença tende a ser um pouco menor.

O mercado de trabalho em 2018, representado por cor ou raça: 68,6% dos cargos gerenciais foram ocupados por brancos e 29,9% ocupados por pretos ou pardos; a força de trabalho teve a maior parte composta por pessoas pretas ou pardas, com 54,9%, assim como a desocupação, com 64,2% (Fonte IBGE, PNAD Contínua 2018). O rendimento médio mensal da pessoa ocupada branca é de 2.796 reais e da pessoa preta ou parda é de 1.608 reais. A taxa de subutilização conforme o nível de instrução: com ensino médio completo ou superior incompleto, 26,6% são pretos ou pardos e 19,1% são brancos; com o ensino superior completo, 15% são pretos ou pardos e 11,5% são brancos (Fonte IBGE, PNAD Contínua 2018)

 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018.

 

Educação

Se no mercado de trabalho a população preta ou parda ainda não ocupa uma posição de destaque, as pesquisas mostram que na educação esta realidade está tomando um outro rumo. O IBGE revelou que, pela primeira vez, os estudantes pretos ou pardos são a maioria nas instituições de ensino superior da rede pública, com 50,3% do total. Enquanto que nas universidades particulares, este número ainda não tenha ultrapassado os 50% (46,6%).

Distribuição das pessoas que frequentam o ensino superior, segundo a rede de ensino: na rede pública, 49,7% são brancos e 50,3% são pretos ou pardos; na rede privada, 53,4% são brancos e 46,6% são pretos ou pardos.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018

 A desigualdade no Brasil é histórica, persistente e abrangente. Estes números são representados também em outros segmentos como a violência e a política. Para conhecer mais sobre o assunto, acesse aqui o boletim informativo do IBGE, em pdf. 

¹ Devido às restrições impostas pela baixa representação das populações indígena e amarela no total da população brasileira quando se utilizam dados amostrais, e uma vez que a maior parte das informações ora apresentadas provêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, realizada pelo IBGE, as análises estão concentradas em apontar as desigualdades entre as pessoas de cor ou raça branca e as pretas ou pardas.
² Pessoa ocupada é aquela que possui algum ofício em um determinado período de referência, sendo esse ofício remunerado, não remunerado, por conta própria ou como um empregador.
³ Desocupação ou desemprego se refere às pessoas com idade para trabalhar que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. É calculado pela PNAD Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.

 

 Quer saber mais?

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