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Censo 2022: 16.390.815 pessoas moravam em favelas e comunidades urbanas
De acordo com os resultados do Censo 2022, o Brasil tinha 12.348 favelas e comunidades urbanas, distribuídas em 656 municípios. Nesses territórios, viviam 16.390.815 pessoas, ou 8,1% da população do país. Dentre eles, a Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), era a mais populosa, com 72.021 moradores, seguida por Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes. Paraisópolis, em São Paulo (SP), aparece em terceiro lugar com 58.527 pessoas.
Em relação ao número de domicílios, o Censo 2022 contou 6.556.998 unidades nas favelas e comunidades urbanas em todo o país, dos quais 5.557.391 (ou 84,8%) eram domicílios particulares permanentes ocupados.
Além de ter o maior número de moradores, a Rocinha também tinha o maior número de domicílios particulares permanentes ocupados: 30.371 unidades, seguida por outra favela ou comunidade urbana do Rio de Janeiro (RJ), a Rio das Pedras (23.846 domicílios).
Do total de domicílios nas favelas e comunidades urbanas, 93,3% são casas e apenas 2,8% dos domicílios são apartamentos.
A maioria das favelas e comunidades urbanas ocupa a porção litoral do território brasileiro, principalmente as áreas de concentração de população das regiões Sudeste e Nordeste. E elas ocorrem nos mais variados sítios urbanos do país como, por exemplo, alto de morros, encostas, planícies, depressões, mangues e restingas.
Em segundo lugar em termos de ocupação por favelas e comunidades urbanas está o curso do rio Amazonas, na região Norte e, em terceiro, o traçado de rodovias que acompanham a fronteira agrícola - Belém - Brasília (153) e parte da Brasília - Porto Velho (364), reafirmando que sua ocorrência é parte estrutural do processo de urbanização do Brasil.
As três maiores favelas em termos de área estão localizadas no Distrito Federal: 26 de setembro, Sol Nascente e Morro da Cruz I e II.
Acesso a serviços básicos
O Censo 2022 mostrou que 86,5% de todos os domicílios particulares permanentes ocupados nas favelas e comunidades urbanas possuíam ligação à rede geral, sendo a principal forma de abastecimento de água. Os estados com os menores percentuais foram Rondônia (23,3%), Pará (53,6%), Roraima (59,0%) e Amapá (59,6%%). E os maiores percentuais estavam na Bahia (98,1%), Piauí e Rio Grande do Norte (ambos com 97,8%) e Espírito Santo (97,5%).
Sobre o esgotamento sanitário 74,6% dos domicílios das favelas e comunidades urbanas estava conectado à rede geral, rede pluvial, fossa séptica ou filtro. Amapá (28,1%), Mato Grosso do Sul (37,1%), Rondônia (39,5%) e Alagoas (40,1%) tinham os menores percentuais e Bahia (89,3%), Rio de Janeiro (86,2%), Minas Gerais (86,1%) e Espírito Santo (84,9%), os maiores.
O serviço de coleta de lixo coletado no domicílio ou através de caçambas atendia a 96,7% dos domicílios particulares permanentes nas favelas e comunidades urbanas.
Santa Catarina (99,1%), Paraná (98,7%) e Espírito Santo (98,6%) tinham as maiores taxas de coleta de lixo por serviço de limpeza diretamente no domicílio ou em caçamba, e Roraima (84,3%), Alagoas (92,1%) e Maranhão (92,5%), as menores.
Cor ou raça
A proporção das pessoas que se declararam brancas na população do país (43,5%) é superior ao percentual observado nas favelas e comunidades urbanas (26,6%), onde a cor ou raça predominante é parda (56,8%). Já a proporção de pessoas que moram nesses territórios e se declararam pretas é de 16,1%.
Jovens
A população das favelas e comunidades urbanas é mais jovem se comparada a do país como um todo. A idade mediana por lá era de 30 anos.
Homens e mulheres
A distribuição da população por sexo foi de 48,3% para homens e 51,7% para mulheres que moravam nas favelas e comunidades urbanas, não muito diferente da encontrada no conjunto do país (48,5% para homens e 51,5% para mulheres).
Número de estabelecimentos
O Censo 2022 contou 958.251 estabelecimentos nas favelas e comunidades urbanas, sendo 7.896 de ensino; 2.792 de saúde e 50.934 religiosos. Do total, 64,3% eram estabelecimentos de outras finalidades (oficinas mecânicas, bancos, farmácias, escritórios, lojas e comércio em geral etc.) e 29,1% de edificações em construção ou em reforma.
O IBGE pesquisa as favelas e comunidades urbanas desde 1950 e vem aprimorando nos censos demográficos considerando que há uma dificuldade em dimensionar esses territórios porque são ocupados de forma aleatória além de não possuírem limites oficialmente definidos.
Para a coleta do Censo 2022, o IBGE contou com dados georreferenciados e imagens de satélite da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Veja aqui.