Matérias especiais
Indicadores sociais das mulheres no Brasil
Confira as principais informações sobre os temas abordados no estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado pelo IBGE em 7 de março de 2018:
Direitos humanos das mulheres e meninas
De uma forma geral, o caminho a ser percorrido em direção à igualdade de gênero, ou seja, em um cenário onde homens e mulheres gozem dos mesmos direitos e oportunidades em todas as dimensões aqui analisadas, ainda é longo para as mulheres e ainda mais tortuoso se esta for preta ou parda e residir fora dos centros urbanos das Regiões Sul e Sudeste.
Educação
“O Brasil já superou o gargalo da educação, porque hoje as mulheres são mais escolarizadas do que os homens, mas isso ainda não está refletido no mercado de trabalho [...]. Ela está chegando mais escolarizada, então por que o rendimento ainda não está similar? Muito provavelmente ela está escolhendo ocupações que precisam de uma jornada de trabalho mais flexível porque ainda tem a carga de afazeres domésticos extremamente pesada.” (Bárbara Cobo – coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE)
Saúde e serviços relacionados
No que tange à utilização de métodos contraceptivos, a Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (United Nations Statistics Division - UNSD) indica que o pouco acesso à informação, o casamento precoce e a falta de poder de decisão das mulheres casadas ou em união expõem mulheres ao risco de contraírem doenças sexualmente transmissíveis, à gravidez indesejada e ao aborto inseguro.
Estruturas econômicas, participação em atividades produtivas e acesso a recursos
“Você só resolve desigualdades no mercado de trabalho se tiver uma política integrada, por exemplo, de creche, porque a gente sabe que um dos maiores fatores para as mulheres saírem da escola ou do sistema formal escolar ou de emprego é você ter que cuidar de casa, afazeres domésticos.” (Bárbara Cobo – coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE)
Vida pública e tomada de decisão
Desde 1995, o Brasil possui legislação que prevê cotas eleitorais, reservando um percentual de candidaturas em eleições proporcionais para as mulheres. Contudo, apenas com a Lei nº 12.034, de 29/09/2009, essas cotas tornaram-se obrigatórias, de modo que, em eleições proporcionais, haja no mínimo 30% e no máximo 70% de candidaturas de cada sexo, para cada partido ou coligação partidária.
Enquanto responsável pelas estatísticas oficiais brasileiras, o IBGE, com a divulgação do estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, reforça a importância da produção de indicadores de gênero com um duplo objetivo: enriquecer o debate, proporcionando informações destacadas sobre o tema, e destacar a importância de se manter uma agenda pública permanente, que coloque a igualdade de gênero como um dos eixos estruturantes da formulação de políticas públicas no País.
Confira mais informações sobre estatísticas de gênero nos links a seguir:
Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil (boletim de divulgação do estudo, de onde vieram os trechos de texto e os infográficos publicados neste Especial)
ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas (entrevista em que estão as falas da pesquisadora Bárbara Cobo citadas neste Especial)
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