Início do conteúdo

Conheça o Brasil - População

Quilombolas

Conforme os resultados do Censo 2022, atualmente residem 1.327.802 pessoas quilombolas no Brasil, correspondendo a 0,65% da população brasileira. Deste total, apenas 12,6% (167.202 quilombolas) residia em territórios oficialmente reconhecidos.

Grandes regiões e Unidades da Federação


Das Grandes Regiões brasileiras, a Região Nordeste é a que concentra a maior quantidade de pessoas quilombolas. Foram identificadas 905.415 pessoas, o que corresponde a 68,19% da população quilombola residente no Brasil. As Regiões Sudeste e Norte vêm em seguida, com 182.305 e 166.069 pessoas quilombolas, respectivamente, contabilizando juntas 26,24% da população quilombola. Já as Regiões Centro-Oeste e Sul, concentram juntas 5,58% da população quilombola, com 44.957 e 29.056 pessoas, respectivamente.


Entre as Unidade da Federação, a Bahia é a que apresenta o maior quantitativo de quilombolas: 397.059 pessoas, correspondendo a 29,90% da população quilombola. Em segundo lugar está o Maranhão, com 269.074 pessoas quilombolas, o que
corresponde a 20,26% da população quilombola. Estas duas Unidades somadas representam 50,16% de toda a população quilombola do Brasil. Na sequência vêm as Unidades de Minas Gerais (135.310), Pará (135.033) e Pernambuco (78.827) que,
juntas, detêm 26,3% da população quilombola. As demais Unidades da Federação concentram 23,54% da população quilombola do país, correspondendo a 312.499 pessoas quilombolas. Acre e Roraima são as duas únicas Unidades a não possuírem pessoas deste grupo.


Domicílios


Dos 72,4 milhões de domicílios particulares existentes no Brasil, em 473.974 havia pelo menos um morador quilombola. A pesquisa mostrou que, nestes domicílios onde reside ao menos uma pessoa quilombola, a média de moradores é maior do que nos demais domicílios brasileiros. Ao passo que, 88,15% dos moradores destes domicílios (onde ao menos uma pessoa é quilombola) são quilombolas. Este dado demonstra que nas casas onde ao menos uma pessoa é quilombola, quase todos os outros moradores também são, o que representa mais homogeneidade étnica entre os moradores.

Territórios Quilombolas oficialmente delimitados


O Censo 2022 identificou 494 Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, localizados em 24 estados e no Distrito Federal, os quais abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas (82,16%) e 36.316 não quilombolas (21,72%). Dessa forma, 12,6% dos quilombolas residentes no Brasil ocupam territórios oficialmente delimitados e 87,4% estão fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas.
O Nordeste é a região com o maior quantitativo de quilombolas residentes em territórios oficialmente delimitados, com 89.350 pessoas (53,44%) nestas condições. Em seguida vêm a Região Norte, com 52.012 (31,11%), e a Região Sudestes, com
14.796 (8,85%).

Municípios


Dos 5.568 municípios brasileiros, em 1.696 há moradores quilombolas. Destes 1.696 municípios, apenas 326 possuem territórios quilombolas oficialmente delimitados. O município de Senhor do Bonfim/BA possui o maior número de pessoas quilombolas (15.999). Na sequência: Salvador/BA, com 15.897, Alcântara/MA, com 15.616, e Januária/MG, com 15.000. O município de Alcântara/MA se destaca por ter a maior parte de sua população sendo quilombola; pois dos 18.466 habitantes, 15.616 (84,57%) são pessoas quilombolas.

Amazônia Legal


Foram contadas 426.449 pessoas quilombolas nos municípios da Amazônia Legal. Isto representa 1,60% da população residente total da região, sendo 32,11% do total da população quilombola residente no Brasil. Foi identificado que 80.899 quilombolas da Amazônia Legal residem em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, o que representa 48,38% da população quilombola nacional residindo em áreas oficialmente delimitadas, demonstrando que houve um avanço do processo de regularização fundiária na Amazônia Legal em relação ao restante do país. Pois a presença da população quilombola residente na Amazônia Legal nos territórios oficialmente delimitados (18,97%) é superior ao quadro nacional (12,6%).


Resultados por idade e sexo

O Censo 2022 revelou também que das 1,3 milhão de pessoas quilombolas no Brasil, cerca de 24,7% têm entre 15 e 29 anos de idade, o grupo mais comum. Comparativamente, na população total do Brasil, a maioria tem entre 30 e 44 anos,
representando 23,5%. Entre os quilombolas, o segundo grupo mais comum é o de zero a 14 anos, com cerca de 23,7%. Depois vêm aqueles entre 30 e 44 anos, representando 21,9% da população quilombola. Em resumo, quase metade dos quilombolas, ou seja, 48,4%, tinha até 29 anos de idade em 2022. A idade média dos quilombolas foi de 31 anos, quatro anos a menos do que a população total do Brasil, que foi de 35 anos.

Quanto ao sexo, houve uma diferença mínima de 520 homens: 665,3 mil contra 664,8 mil mulheres. Assim, em 2022, havia 100 homens para cada 100 mulheres na população quilombola. Para o país todo, a proporção era de 94,2 homens para cada
100 mulheres.


As pessoas com 60 anos ou mais representavam 13,0% da população quilombola, um pouco menos do que na população geral do Brasil, que era de 15,8%. Quando olhamos para a idade das pessoas quilombolas que vivem em áreas
delimitadas oficialmente, vemos algo interessante. Pois há mais jovens nessas áreas e menos idosos em comparação com a população quilombola em geral. No total, 52,5% das pessoas quilombolas nessas áreas têm até 29 anos, enquanto os
idosos com 60 anos ou mais representam apenas 11,8%. Um outro número importante para entender a idade das pessoas é a idade mediana, que divide a população em duas partes iguais, os mais jovens e os mais velhos.
Nos quilombolas, a idade mediana registrada no Censo 2022 foi de 31 anos, quatro anos menos do que a idade mediana da população total do Brasil, que foi de 35 anos.
Quando olhamos apenas para os quilombolas que vivem em áreas delimitadas oficialmente, a idade mediana cai ainda mais, para 28 anos. Mas aqueles que não moram nessas áreas têm a mesma idade mediana de 31 anos.
Se olharmos por regiões, a menor idade mediana dos quilombolas está no Norte, com 26 anos, seguido pelo Nordeste, onde vive a maioria dos quilombolas, com 31 anos. A idade mediana dos quilombolas em áreas delimitadas oficialmente é a menor no Norte, com 24 anos, e a maior no Sul, com 34 anos.

Quando olhamos por estados, as menores idades medianas dos quilombolas foram encontradas no Amazonas, Amapá e Pará, todos com 21, 25 e 26 anos, respectivamente. E as maiores foram no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e
Mato Grosso, todos com 35 anos, seguidos de perto por Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, todos com 34 anos. Outro ponto importante revelado pelo Censo 2022 é que até os 24 anos, os homens são mais numerosos entre os quilombolas, enquanto a partir dos 30 anos, as mulheres predominam. A pirâmide etária dos quilombolas mostra uma base mais ampla do que a da população em geral até os 20 a 24 anos. 
Quando olhamos para a estrutura etária, vemos que há mais jovens (até 24 anos) entre os quilombolas do que na população total. Isso é mais evidente no grupo de 15 a 19 anos, onde os homens quilombolas representam 4,6% em comparação com 3,6% na população em geral, e as mulheres quilombolas representam 4,4% em comparação com 3,5% na população total.
As diferenças são menores no grupo de 20 a 24 anos, com apenas 0,4 pontos percentuais de diferença para os homens e 0,3 pontos percentuais para as mulheres entre os quilombolas e a população em geral.



Quer saber mais? 

Agência IBGE de Notícias  
Agência de Notícias - Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas em 1.696 municípios
Censo 2022: População quilombola é mais jovem do que população total do país

Portal do IBGE  Panorama do Censo 2022

Censo Demográfico 2022: Quilombolas - Primeiros Resultados do Universo