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A sua rua é iluminada? É pavimentada? Tem bueiro ou boca de lobo? Tem rampa para cadeirante? Essas são algumas das perguntas respondidas na publicação Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, baseada nos resultados da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, o maior e mais completo levantamento georreferenciado dos elementos urbanísticos no Brasil.

A pesquisa do entorno foi aplicada em cerca de 340 mil setores censitários selecionados em todos os 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Estadual de Fernando de Noronha e do Distrito Federal, não se aplicando a toda população brasileira e sim a 86,2%.

Dez quesitos relacionados à infraestrutura urbana brasileira foram pesquisados e agora você vai conhecê-los em detalhe!

A via onde você mora tem acessibilidade de pedestres e veículos, sejam bicicletas, motos, carros ou caminhões?

Pela primeira vez, a estrutura viária para veículos foi pesquisada num censo através do quesito “capacidade máxima de circulação da via”.

Para 158,1 milhões de pessoas (ou 90,8% da população brasileira), essa capacidade era de caminhões ou ônibus; 10,5 milhões (6,1%), carro ou van e 5,0 milhões (2,9%), motocicletas, bicicletas e pedestres.

Em todos os estados, há um predomínio de vias com capacidade de circulação para pedestres e veículos, ficando Tocantins (98,0%) e Amapá (76,9%) com o maior e menor, respectivamente, percentuais encontrados.

Foram ainda registradas 5.267 pessoas (0,003%) que moravam em locais onde a circulação se dava somente por meio de transporte aquaviário, estando a maioria localizada no estado do Amazonas.

 

A pavimentação de uma via é vital para a segurança do pedestre e condutor, além de torná-la mais durável.

De acordo com o Censo 2022, 88,5% dos moradores residiam em vias pavimentadas.

Seis estados tinham mais de 90% de seus moradores morando em vias pavimentas, com destaque para São Paulo (96,0%), Minas Gerais (95,3%), Distrito Federal (94,2%) e Goiás (94,0%).

E sete estados tinham menos de 80% de seus moradores vivendo em vias pavimentadas, incluindo o Pará (69,3%), Rondônia (70,4%), Amapá (71,9%) e Pernambuco (76,3%).

Você sabe por que ter um bueiro ou boca de lobo na rua é importante? Sua presença ajuda a evitar o acúmulo de água e a proliferação de mosquitos, além de contribuir para a sustentabilidade e eficiência do manejo de recursos hídricos na cidade.

De acordo com o Censo 2022, cerca de 93,6 milhões de habitantes (53,7%) viviam em vias com bueiros ou boca de lobo.

O estado com o maior percentual de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo é Santa Catarina (85,2%), seguida pelo Paraná (83,4%), ambos da Região Sul, além do Rio de Janeiro (76,7%).

Os menores percentuais foram observados nos estados do Piauí (11,6%), do Rio Grande do Norte (19,2%) e do Ceará (20,9%).

 

Uma rua mal iluminada pode ser prejudicial à segurança e à mobilidade de seus moradores, já pensou nisso?

De acordo com o Censo 2022, a maioria da população (97,5%) residia em vias com iluminação pública.

O Amapá foi o único Estado com índice inferior a 90%.

Dos 5.569 municípios brasileiros, 5.319 tinham mais de 90% de seus moradores vivendo em vias iluminadas.

Como você circula na sua cidade? A pé? De carro, bicicleta, ônibus ou van?

A existência ou não de ponto de ônibus ou van indica também se há circulação de transporte coletivo.

O Censo 2022 mostrou uma distribuição bastante desigual no território nacional deste equipamento urbano.

Cerca de 15.3 milhões (8,8%) de moradores residiam em vias com ponto de ônibus ou van.

As maiores proporções estavam nos estados da Região Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul (14,5%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (11,8%).

Tocantins (1,6%) apresentou a menor proporção.

Outro quesito novo pesquisado no Censo 2022 foi a existência de via sinalizada para bicicletas.

Cerca de 3,3 milhões (1,9%) de moradores residiam nessas vias.

Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2% em Santa Catarina, seguido de estados de todas as regiões do país como Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%), revelando uma diversidade no território.

O menor percentual levantado pertence ao Maranhão e Amazonas, ambos com 0,5%.

A existência de calçada ou passeio indica segurança e conforto para o pedestre.

De acordo com o Censo 2022, 146.380.867 (84,0%) moradores residiam em vias com calçada ou passeio.

Somente 253 municípios tinham menos de 40% dos moradores vivendo em vias com calçadas ou passeio, representando 4,5% do total de municípios do país.

Obstáculos nas calçadas podem representar um risco de acidentes, especialmente para pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e crianças.

De acordo com o Censo 2022, 32,8 milhões (18,8%) de moradores residiam em vias com calçadas livres de obstáculos.

Maranhão (4,7%), Piauí (4,9%) e Acre (5,6%) tiveram os piores resultados nesse quesito.

Os destaques positivos foram para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.

Entre as capitais, a melhor situação é Porto Alegre (RS), com 46,6%. E Bacabal, no Maranhão, apresentou o menor percentual (1,0%.).

Você sabia que existe uma lei - Lei da Acessibilidade, nº 10.098 – que prevê a extinção de obstáculos nas vias para que se promova a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida?

Dados do Censo 2022 mostram que, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moravam em vias sem rampa para cadeirantes.

Mato Grosso do Sul teve o maior percentual (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%).

O menor percentual de pessoas morando em vias com rampa para cadeirantes foi encontrado no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).

Dos 5.569 municípios, apenas em 157 não existiam moradores vivendo em vias com rampas para cadeirantes, todos localizados no Norte e Nordeste.

 

 Uma via arborizada significa, dentre várias coisas, benefícios ambientais, sociais e econômicos e, por último, bem-estar dos moradores que ali habitam.

De acordo com o Censo 2022:

- 58,7 milhões de pessoas moravam em vias sem árvores

-114,9 milhões viviam em vias arborizadas, sendo que 55,8 milhões moravam em vias com 5 árvores ou mais.

Mato Grosso do Sul e Distrito Federal lideram o ranking com, respectivamente, 59% e 56,4% de moradores residindo em vias com 5 ou mais árvores.

Acre e Amazonas possuíam os piores índices, com 10,7% e 13,7%, respectivamente.

Campo Grande (MT) foi a capital mais arborizada do país.

Características do entorno dos estabelecimentos de ensino, de saúde e de outras finalidades

 Quanto aos estabelecimentos pesquisados, o percentual de iluminação pública era alto:

- 98,7% (ensino)

- 99,4% (saúde)

- 98,5% (outras finalidades).

Menos da metade (47,2%) dos estabelecimentos de saúde possuíam rampa para cadeirante, enquanto apenas 31,8% dos estabelecimentos de ensino e 25,0% de outras finalidades tinham este elemento presente nas calçadas.

 Comparando com o Censo 2010

 O Censo 2010 pesquisou iluminação; bueiro ou boca de lobo; rampa para cadeirante e existência de calçada ou passeio, ficando ponto de ônibus ou van; via sinalizada para bicicleta, obstáculo na calçada e capacidade da via como quesitos novos no Censo 2022.

 - Outros dados comparativos:

O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5% (169,7 milhões de moradores) em 2022. Em 2010, esse percentual era menor:  95,2% (146,2 milhões).

Bueiros ou bocas de lobo nas vias estava presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes) em 2022. Já em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).

Segundo o Censo 2022, 146,4 milhões dos moradores (84,0%) viviam em vias com calçada, frente a 102,7 milhões (66,4%) em 2010.

O universo da pesquisa do entorno incluiu setores classificados como urbanos; setores com áreas urbanizadas e setores censitários que apresentassem concentração de estruturas, edificações, domicílios e equipamentos urbanos, sistema viário consolidado ou onde predominavam superfícies artificiais não agropecuárias, incluindo loteamentos, conjuntos habitacionais e condomínios, independentemente de serem classificados como urbanos ou rurais. Estes foram incluídos por meio de análise de imagens de satélite de alta resolução. Nesse sentido, também fazem parte do universo da pesquisa setores de Favelas e Comunidades Urbanas e setores classificados como rurais na Base Territorial, mas que possuíam pequenos núcleos com morfologia urbana ou se localizavam na área ou franja periurbana do Município. Neste último caso, as informações sobre o entorno dos domicílios abarcaram apenas a parte urbanizada desses setores censitários, ou seja, onde havia faces de quadra definidas.

 Quer saber mais sobre essa pesquisa? Veja em:

 https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/43166-censo-2022-dois-em-cada-tres-brasileiros-moram-em-vias-sem-rampa-para-cadeirantes

 *Todas as imagens desse especial foram produzidas no Canva.