De 2022 a 2023, o percentual da população do país abaixo da linha de pobreza* caiu de 31,6% para 27,4%.
Entre 2022 e 2023, a extrema pobreza caiu de 5,9% para 4,4% da população.**
Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país, diminuindo de 67,7 milhões para 59,0 milhões de pobres, o menor número desde 2012.
* considerando-se o critério do Banco Mundial para população abaixo da linha de pobreza: pessoas residentes em domicílios com rendimento per capita de até US$ 6,85 PPC (paridade de poder de compra) por dia ou cerca de R$ 665,00 por pessoa por mês, no Brasil.
** considerando-se o critério do Banco Mundial para população abaixo da linha de extrema pobreza: pessoas residentes em domicílios com rendimento per capita de até US$ 6,15 PPC (paridade de poder de compra) por dia ou cerca de R$ 209,00 por pessoa por mês, no Brasil.
Esse e outros resultados fazem parte da pesquisa Síntese de indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, divulgada pelo IBGE.
Com informações sobre as condições de vida da população brasileira e sua realidade social, a Síntese também reúne dados sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia; educação e condições de saúde, de 2012 a 2023.
Vamos ver mais resultados?
Jovens que não estudam e nem trabalham
Entre 2016 e em 2020, os percentuais de jovens que não estudavam e não estavam ocupados aumentaram e o percentual de jovens ocupados diminuíram em razão de crises econômicas e da pandemia.
Já em 2021, 2022, e 2023, o mercado de trabalho melhorou, com o aumento do número de jovens ocupados. Com isso, o percentual de jovens que não estudavam e não estavam ocupados diminuiu.
Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) desde o início da série, em 2012, sendo a maioria de mulheres jovens (65,0%).
Importante ressaltar que o indicador de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados inclui tanto aqueles que não estudavam, mas buscavam por uma ocupação (jovens desocupados) como os que não estudavam e também não procuravam por uma ocupação (jovens fora da força de trabalho).
Educação
O acesso à educação para os grupos de idade mais novos voltou a crescer em 2023, após o impacto negativo da pandemia de COVID-19 a partir de 2020. A frequência escolar para crianças de 0 a 3 anos de idade passou de 36,0% para 38,7% entre 2022 e 2023, o equivalente a 6,9 milhões de crianças fora da escola ou creche.
No grupo etário de 4 a 5 anos de idade, também houve recuperação, pulando de 91,5% para 92,9%, ou 441 mil crianças fora da escola ou creche.
Já para pessoas de 6 a 14 anos, o acesso à escola estava perto da universalização desde 2016, mantendo a taxa de 99,4% na escola em 2023.
E a frequência escolar para o grupo de 15 a 17 anos de idade foi de 91,9% e, o grupo de 18 a 24 anos de idade foi de 30,5% em 2023.
Em 2023, entre os homens de 15 a 29 anos que abandonaram a escola sem terem completado o ensino médio, a necessidade de trabalhar foi o principal motivo para terem parado os estudos (53,5%), e também para não estarem frequentando a escola (58,6%).
No mesmo ano, entre as mulheres, a principal razão para parar de estudar estava relacionada a papeis de gênero, pois somando gravidez (23,1%) e afazeres domésticos e cuidados (9,5%), foi a razão para 32,7% delas.
Em relação às universidades, em 2022, somente 23,7% das pessoas de 25 a 34 anos possuíam o ensino superior. Esse percentual é a cerca da metade da média dos países membros da OCDE* em 2022 (47,2%). O Brasil ficou atrás do México (27,1%), Colômbia (34,1%) e Chile (40,5%), por exemplo.
*OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
Pobreza monetária
Você sabe o que é pobreza monetária? Estamos falando da condição de pessoas, famílias ou domicílios que se encontram abaixo de uma linha de pobreza baseada em rendimentos monetários. Aqui foi analisada como pobreza monetária a que se refere à insuficiência de rendimentos das famílias para provisão de seu bem-estar. Não foram considerados, portanto, outros indicativos de pobreza como falta de moradia adequada, ensino básico de qualidade e proteção social, por exemplo.
Entre 2022 e 2023, a extrema pobreza caiu de 5,9% para 4,4% e a pobreza de 31,6% para 27,4%. Ou seja, cerca de 3,1 milhões de pessoas deixaram de ser extremamente pobres e em torno de 8,7 milhões saíram da pobreza.
Em 2023, 783 mil pessoas ocupadas eram extremamente pobres e 14.336 milhões eram pobres.
A pobreza e extrema pobreza são maiores entre as mulheres, pessoas pretas e pardas e pessoas com até 14 anos de idade e menores entre as pessoas com 60 anos ou mais.
Sobre as regiões, Norte e Nordeste registraram as maiores proporções de pessoas pobres e extremamente pobres.
Quer saber mais sobre a pesquisa? Veja em: